Quando alguém nos conta uma história e temos a percepção que existem conexões com nossas próprias experiências, é possível que compartilhemos com a pessoa a identificação que encontramos. Normalmente, isso acontece quando estamos no piloto automático.
A partir dessa identificação existe também o risco de engatarmos numa contação de nossa própria história, num piscar de olhos.
Quando estamos oferecendo escuta empática, é muito importante cultivarmos a presença e lembrar que durante esta escuta estamos a serviço da outra pessoa.
Ah, mas quer dizer que não posso me identificar com a história dela?
Claaaaaaaro que pode! Afinal, nossas histórias nos conectam, pô. Inclusive, essa conexão pode ser de grande valia para apoiar nossa escuta.
Então, quando surgir uma identificação com a história da outra pessoa, que tal ir além da suposição? Afinal, só ela mesma sabe realmente pelo que passou, né!?
Olhe para sua própria experiência e use-a como informação. Como você se sentiria? Do que você precisaria?
Traga isso em forma de pergunta, deixando claro que é uma opinião sua e não uma verdade absoluta. Por exemplo:
“Olha, eu tô aqui pensando que talvez você ficou brava (sentimento) por não ter a sensação de segurança (necessidade) onde estava. É isso?”
“Será que você tá inconformada (sentimento)?”
“Ah, tô pensando aqui que passei por algo assim, e lembro que fiquei bem perdido (sentimento), porque queria previsibilidade (necessidade). Será que sua história tem a ver com isso?”
As formas, são infinitas. Pratique. Encontre como pode se expressar com autenticidade e fluidez. Observe-se. Ajuste. Respire. Continue a praticar. Siga em frente.