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Dica 1 – Observações vs Interpretações

– Tempo de leitura: 3 minutos

Interpretações (ou julgamentos) são expressões de como percebemos tudo que acontece conosco e ao nosso redor. Assim construímos nossa realidade percebida.

As interpretações se baseiam em nossas experiências de vida, crenças e valores e estado emocional no momento presente. Estes elementos são os filtros que dão forma à nossa interpretação.

Porém, existe também uma realidade compartilhada. Aquela que tanto nós como as outras pessoas podem enxergar juntas. Esta realidade é composta por observações, ou fatos observáveis.

Vamos a um exemplo prático, que talvez usemos rotineiramente:

“Você é muito folgado.”

Ao dizermos isso para alguém, é provável que recebamos uma resposta reativa e/ou comece uma discussão.

Antes de continuarmos, pense: Quais fatos observáveis podem estar implícitos nesse exemplo, sendo expressos como uma interpretação?

Vamos investigar uma das possibilidades:

1. Fato observável: Essa pessoa pela terceira vez na semana deixou de cumprir com o combinado que fizemos (imagine aqui qual combinado seria).

2. Meu pensamento: Não gosto que descumpram com o combinado, pois o trabalho sobra para mim. E ainda por cima não gosto de ficar cobrando alguém do que já combinamos.

3. Conclusão interna: Nossa, eu acho essa pessoa muito folgada, deixando tudo para eu fazer.

 

Agora que tenho mais clareza sobre a realidade compartilhada e quais filtros estão presentes, posso falar de um lugar de mais consciência e expressar de outras formas. Por exemplo:

“Olha, eu percebi que foi a terceira vez na semana que você não fez aquilo que entendi que combinamos.”

Expressei o fato. E por mais que a pessoa não goste de ouvir, é uma realidade comum e que ambos podemos ver.

Além disso, também posso expressar o que mais está vivo nessa situação. Sempre a partir do eu, contando como eu vivencio essa experiência.

“Eu fico bem desconfortável de te falar isso, mas ao mesmo tempo tenho a sensação de que sobra pra eu fazer. Então, já começo a sentir uma agonia aqui.”

E ainda há espaço para buscar possibilidades em conjunto de cuidar da situação.

“Será que tem algo que não está funcionando pra você? Ou como podemos cuidar disso para que fique bom pra nós dois?”

 

Ainda que falar a partir dos fatos não seja garantia nenhuma de chegar num resultado desejado, a gente já consegue reduzir bastante os ruídos de comunicação e ampliar as possibilidades de conexão.

Além do mais, perceba que ao falarmos a partir dos nossos julgamentos existe o risco de trazermos culpa e acusação pra conversa, disputando para ver quem tem razão. E, consequentemente, para uma pessoa estar certa, a outra precisará estar errada.

Quando falamos a partir dos fatos observáveis, podemos falar com mais consciência de um lugar de conexão. Olharmos juntos para a situação e abrir caminho para explorar outras possibilidades que melhor cuidem das pessoas envolvidas.

 

Vale lembrar que as interpretações não são ruins e tampouco precisam ser oprimidas. Elas são parte de nós e sempre avaliaremos o mundo com base em nossa percepção.

Porém, compreender que elas não são a verdade absoluta e existe uma realidade compartilhada pode nos apoiar a termos relações mais saudáveis e satisfatórias.

 

Vamos praticar?

1. Dedique sua semana a olhar para as situações do seu dia-a-dia e perceber as interpretações presentes. Simplesmente perceba e tome consciência.

2. Escolha uma ou duas destas interpretações. Separe alguns minutos do dia para investigar essas situações.

3. Escreva a interpretação numa folha.

4. Depois, escreva qual o fato observável por trás dessa interpretação.

5. Agora, escreva quais pensamentos te levaram a construir essa interpretação.

6. Como você falaria isso para a pessoa, a partir das observações e do que é importante pra você?

7. Faça este exercício quantas vezes quiser.

 

Lembre-se que exercitar a empatia é como ir à academia. Quanto mais nos dedicamos conscientemente e praticamos, mais corpo empático teremos para viver nossas relações de forma mais inteira, presente e satisfatória.

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