A girafa é o animal que representa simbolicamente uma comunicação mais empática, que busca conexão. Baseado nessa visão, conheça duas formas de ‘ser girafa’ nas relações.
Ser uma ‘girafa clássica’ significa falar a partir de observações, sentimentos e necessidades e fazer pedidos (conteúdos que vimos nas dicas 1 a 6) de forma literal e focados em integrar todos estes elementos na fala.
“Quando eu vejo que passaram duas horas após o almoço e a louça ainda está na pia, sendo que combinamos que você a lavaria, eu me sinto incomodado, frustrado e cansado, pois pra mim é importante colaboração, limpeza e respeito. Você ainda está disposto a seguir com o combinado?”
Ser uma ‘girafa natural’ significa integrar estes elementos de forma mais fluida em nossas interações no dia-a-dia, preocupando-se mais em estabelecer e manter a conexão do que falar ‘da forma certa’.
“Olha, eu acho importante mantermos o combinado que tivemos sobre a louça. Você está disposto a lavá-la?“
Não precisamos escolher entre ser uma ‘girafa clássica’ ou uma ‘girafa natural’. Cada uma traz benefícios distintos para nossas relações. O mais importante é compreender quando e como acessar as qualidades de cada forma.
É normal passar pela fase da ‘girafa clássica’ quando estamos nos familiarizando com uma comunicação empática. Assim como quando aprendemos a andar de bicicleta: no início, as rodinhas eram nossa segurança nessa nova aventura.
À medida que praticamos (revisite os conteúdos das dicas de 1 a 6) começamos a integrar estes elementos ao nosso jeito de falar, tornando a experiência de ser uma ‘girafa natural’ mais presente em nossas relações. Nesse momento encontramos nosso próprio equilíbrio e deixamos de usar as rodinhas da bicicleta.
Porém, mesmo fluente na ‘girafa natural’, existem alguns momentos específicos onde ser uma ‘girafa clássica’ pode te apoiar:
- Quando existe o risco de conflito por falta de clareza de uma ou ambas as partes
- Quando pretende comunicar algo delicado e deseja reduzir o risco de ser levado para o lado pessoal.
Independente de nos comunicarmos como ‘girafa clássica’ ou ‘girafa natural’, fica um lembrete importante:
Com a ‘girafa clássica’ existe o risco de darmos uma grande ênfase para a ‘forma certa’ de falar e esquecermos da nossa intenção de conexão. Por isso, estejamos atentos ao que buscamos a cada momento: ter razão ou ter conexão. A partir do momento que perdemos de vista a busca pela conexão, pode ocorrer de falarmos ‘bonito’ apenas para obter o que queremos. Assim, a forma, privada de sua alma, se torna uma dócil ferramenta de manipulação.
Curiosidades sobre a simbologia da girafa
1. É o mamífero terrestre com o maior coração
Representando uma comunicação a partir do coração, buscando o que é importante para nós e para os outros.
2. Tem um longo pescoço
Nos lembrando de termos uma visão panorâmica da situação, enxergando não apenas o nosso ponto de vista, mas também o de outras pessoas.
3. É capaz de ingerir espinhos sem se machucar
Nos convidando a exercitar a escuta de palavras ‘com espinhos’ sem levar para o pessoal e separando o que é nosso e de outras pessoas, criando espaço interno para escuta e acolhimento.
4. Tem uma força tão grande, que mataria um leão com apenas um coice. Porém, usa essa força para proteger a vida
Nos lembrando que ser empático não é ser passivo. E existe espaço para uso da força com a intenção genuína de buscar e/ou oferecer proteção e cuidado.
Vamos praticar?
- Relembre uma situação recente que mexeu contigo. Pode ser algo que cuidou ou descuidou do seu bem-estar.
- Identifique nesta situação:
- Quais os fatos observáveis?
- Quais sentimentos presentes em você?
- Quais necessidades suas foram ou não foram atendidas?
- Existe algo que você gostaria de pedir para a outra pessoa?
- Exercite sua ‘girafa clássica’: escreva como você se expressaria, usando estes 4 elementos.
- Exercite sua ‘girafa natural’: escreva outras formas de se expressar de forma fluida, num diálogo cotidiano.
Se precisar, revisite as dicas de 1 a 6 para te apoiar.