Diferente do que comumente pensamos/dizemos, a palavra ‘necessidades’ não se refere apenas àquilo que nos falta. Necessidades são palavras que dão nome aos aspectos que compõem o nosso bem-estar em todos os níveis: físico, mental, emocional, social, espiritual.
Enquanto seres humanos, precisamos das mesmas coisas, independente da localização geográfica ou cultura, ainda que variem em intensidade e prioridade para cada pessoa. Por este motivo dizemos que são necessidades humanas universais.
Outros nomes que poderíamos usar são: valores, qualidades, o que é importante, motivadores.
Sabia que cada ação que fazemos é para manter e/ou melhorar o nosso bem-estar e nossa vida, ou seja, para atender a uma necessidade?
Pensemos no dinheiro.
Quando falamos “Preciso de dinheiro”, pode até parecer que ele é uma necessidade… mas não é. Ele é uma das inúmeras estratégias possíveis para atender a uma necessidade de:
conforto… alimento… segurança… diversão… etc.
Note que as necessidades são intangíveis, sem referência a pessoas, ações ou objetos. Entretanto, as ações específicas que escolhemos para cuidar de uma necessidade são chamadas de estratégias.
Outras pessoas não necessariamente irão concordar com ou compreender as ações que escolhemos. E nem sempre concordaremos com ou compreenderemos as ações dos outros. Ainda assim, estas ações buscam cuidar de uma necessidade.
Veja que é nesse universo das estratégias que surgem as divergências e conflitos, pois cada pessoa tem as suas estratégias habituais e preferidas.
E quanto mais apego temos a uma estratégia (podemos chamar de estratégia preferida), menos probabilidade temos de escutar o outro e chegar em caminhos que cuidem das necessidades e, ultimamente do bem-estar, de ambos.
Vamos praticar?
1. Pegue papel e caneta para fazer o exercício. Sente-se num lugar confortável para você.
2. Pense em algo que você gosta muito de fazer e escreva. Seja específica/o.
Exemplo: “Eu gosto muito de caminhar na praia ao entardecer, junto do pôr do sol.”
3. Agora, pense sobre e escreva quais as necessidades que mais atende ao fazer esta atividade.
Exemplo: “Essa atividade cuida da minha necessidade de: paz, conexão (com a natureza), espiritualidade, descanso, movimento, beleza (vendo as cores do mar e do céu), apreciação (contemplando a natureza), liberdade.”
5. Agora pensando numa ação específica que alguém teve e você não gostou nem um pouco. Escreva-a.
Exemplo: “Meu, aquela pessoa é uma idiota. Ela atravessou, acelerou e passou no sinal vermelho…”
6. Imagine quais necessidades aquela pessoa buscou cuidar com essa ação.
Exemplo: Necessidade de saúde (pensando que alguém no carro estava passando muito mal), ou de eficiência e resultado (queria chegar no horário e saiu atrasada).
7. Refaça esses exercícios durante a sua semana. Quanto mais você pratica, mais exercita o seu músculo da empatia. E mais chances tem de tornar um hábito esse olhar para as necessidades.
8. Estes são exercícios de autoempatia e empatia com o outro. A partir dessa clareza, podemos encontrar formas mais empáticas para nos expressarmos. Abordaremos sobre isso em próximas dicas. Então, continua acompanhando semanalmente.